É engraçado perceber como
perdemos tempo com coisas que por vezes nos parecem desnecessárias. Como tal
coisas “desnecessárias” nos passam despercebidas enquanto úteis ou perto
demais.
Parecem que ficam envoltas numa
nuvem, numa sombra, numa penumbra de puro desdém. Ou na verdade de nosso
comodismo egoísta que pensa que aquilo sempre estará ali à nossa disposição, à
nossa hora ou mesmo por tempo indeterminado. Não é perecível, podemos dispor
dele quando bem quisermos: um pouquinho hoje, 30 gramas amanha e talvez
meia dúzia semana que vem.
Enquanto isso, podemos usar
outros brinquedos, outras receitas, tentar outras emoções... Afinal de contas,
é “indestrutível”... Praticamente inoxidável!
Como essas coisas não estragam,
podemos usá-las hoje, amanha, e deixar pra prateleira de nossas vidas o tempo
que julgarmos desnecessário. “fique ai até segunda ordem”. Afinal de contas,
essas “certas” coisas são imutáveis!
Ledo engano.
Assim como a própria vida, tudo nela
muda. O universo está sempre em expansão. Nada nessa vida é imutável, nem mesmo
as pedras que parecem por vezes inquebrantáveis! Vêem as intempéries e o tempo,
senhor de tudo, e pronto: Alea jacta est!
Precisamos tratar as coisas como
jardins de borboletas. Precisamos cuidar das flores. Elas são o nosso símbolo,
é por ela que as borboletas vêem e nunca pelo jardineiro. Esse, é mero
espectador da magia das coisas, beira o passageiro da agonia.
É preciso coração nas coisas que
fazemos, pouco importa o que sejam. Coração! Coloque-o em tudo que faz e verás
borboletas aos borbotões em seu jardim!
Não espere que o inoxidável
enferruje, que o inquebrantável se parta, o indestrutível vire pó. Não espere a
hora certa, o dia exato ou a lua cheia pra dizer que ama alguém, que sente
saudade, pra fazer um gesto de carinho, pra dar um carinho, um abraço, um
afago, não importa se esse alguém é sua mãe, seu irmão, seu namorado, seu amigo
ou um mero conhecido... Quiçá um estranho.
A vida é breve, é um sopro, e
quando vemos, só o que restou foi a saudade.
O amanhã? Ele é distante! Faça o
seu tempo hoje! Se permita! Se entregue!
O amanhã? Mera ficção, pode não
exitir...