quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A Impontualidade do Amor


Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente à tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar.
Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha.
“Trimmm! Trimmm!” É a sua mãe... (quem mais poderia ser?)
Amor nenhum faz chamadas por telepatia.
Amor não atende com hora marcada.
Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase "galinha", sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí.
Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver.
Por que o amor nunca chega na hora certa?
Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans?
Agora que você está se achando bonito?
Agora que você está empregado?
Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz?
Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio?
O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina.
Você passa um ano inteiro hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga e mal repara em outro alguém que só tem olhos para você. Ou então, fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana, os seus amigos estão lá, azarando-se uns aos outros. Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa
locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que
dará sentido à sua vida.
O amor é como tesourinha de unha: nunca está onde a gente pensa. O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste. Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode
estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole.
O amor está em todos os lugares, talvez você não o procure direito.
A primeira lição está dada: o amor é onipresente.
Agora a segunda: o amor é imprevisível. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados.
Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, ou quando você menos esperar. E as flores vão chegar num dia qualquer apenas para informar-lhe como você é especial para alguém. Assim... sem um motivo ou data especial.

Mário Quintana

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Soneto do chamado do amor


O amor ronda tua porta
Abre-a, deixa-o entrar
Não o faça errante ficar
Do teu coração, faz comporta

Ele se mostra em frases
Em vários formatos, ate cartazes
Do bem-querer, se faz dicionário,
Para ao final ser teu relicário

Ouve tu, o chamado do amor
Ele chama-te louvando em hino
Estridente tal qual um sino

O amor, esta centelha infinda
Cicatriza de ti uma ferida
Entregado-se, a ti, sem pudor

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

For no one


Your day breaks, your mind aches,
You find that all her words of kindness linger on,
When she no longer needs you.

She wakes up, she makes up,
She takes her time and doesn't feel she has to hurry,
She no longer needs you.

And in her eyes you see nothing,
No sign of love behind the tears cried for no one,
A love that should have lasted years.

You want her, you need her,
And yet you don't believe her,
When she says her love is dead,
You think she needs you.

And in her eyes you see nothing,
No sign of love behind the tears cried for no one,
A love that should have lasted years.

You stay home, she goes out,
She says that long ago she knew someone but now,
Hes gone, she no longer needs him.

Your day breaks, your mind aches,
There will be times when all the things she said will fill your head,
You won't forget her.

And in her eyes you see nothing,
No sign of love behind the tears cried for no one,
A love that should have lasted years

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

DEFICIÊNCIAS


"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive.


"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.


"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.


"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.


"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.

"Diabético" é quem não consegue ser doce.


"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:


"Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.

Mario Quintana

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Amar o perdido


Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

CDA.