terça-feira, 29 de abril de 2008

domingo, 27 de abril de 2008

Flores do mal


Não me atire no mar de solidão

Você tem a faca, o queijo e meu coração nas mãos

Não me retalhe em escândalos

Nem tão pouco cobre o perdão

Deixe que eu cure a ferida dessa louca paixão



Que acabou feito um sonho

Foi o meu inferno, foi o meu descanso



A mesma mão que acaricia, fere e sai furtiva

Faz do amor uma história triste

O bem que você me fez nunca foi real

Da semente mais rica, nasceram flores do mal



Não me esqueça por tão pouco

Nem diga adeus por engano

Mas é sempre assim

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Serenata do adeus


Ai, a lua que no céu surgiu
Não é a mesma que te viu
Nascer dos braços meus
Cai a noite sobre nosso amor
Uma palavra: adeus
...

Ah, mulher, estrela a refugiar
Parte, mas antes de partir
Rasga o meu coração
Crava as garras no meu peito em dor
E esvai em sangue todo o amor
Toda a desilusão

Ai, vontade de ficar
Mas tendo de ir embora
Ai, que amar é se ir morrendo pelo vida afora
Um momento breve
De uma estrela pura
Cuja luz morreu
Numa noite escura
Como eu

quarta-feira, 23 de abril de 2008

All you need is love!


O que condiz não é aquilo que você realmente precisa, o que você precisa é daquilo que se encontra sob seus pés, é aquilo que você não se dá conta, é aquilo que não se percebe.
A condição é aceitável pela essência da mesma, a condição se mantém por si própria, ela é mister dentro de si.
Tudo que se sonha deve ser encontrado além do que se vê, não se precisa supor o céu, não precisa passar por nosso lar. É preciso ir atrás.
Sinta-se, eleve-se, mantenha firma, reto, não desvia daquilo que escolhestes para tu.
É preciso força para alcançar, saibas que dói, mas o sacrifício é absolutamente válido. Afinal de contas todos sacrifício se faz válido em busca do “graal”.
Percorra rios, mares e montanhas, passe por vales, afogue-se em lagos, respire o Himalaia, e verás que há distancias maiores a serem percorridas dentro de nós mesmos.
Persista no foco que escolhestes para tu, firme e reto, faça dele algo indissociável de teu “modus operandi”, haja conforme aquilo a que você se predispôs a ser.
Ao final perceberás que o mais importante é ser... seja... mas se for pra ser alguém, que esse alguém seja você.
Não passe pela vida, nem deixe que a mesma passe aos teus olhos, aja, interaja, dissocie-se da vontade ou da volatilidade alheia, não predisponha a tua felicidade a alheia.
Consiga ver as coisas pequenas ao seu redor, admire o minimalismo, uma flor brotar, um por-do-sol, o cheiro do orvalho ao amanhecer. Perceba Deus nas pequenas coisas que te cercam, encha os pulmões de ar ao acordar e sinta a vida entrando em você.
Ame e seja amado, viva e deixe viver, essas são as premissas de uma existência pacifica e louvável.
O mais? O mais é nada!
“Love is all you need!”

segunda-feira, 21 de abril de 2008

O anjo mais velho



"O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"

Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
enchendo a minha alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar

tua palavra, tua história
tua verdade fazendo escola
e tua ausência fazendo silêncio em todo lugar
metade de mim
agora é assim
de um lado a poesia o verbo a saudade
do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
e o fim é belo incerto... depende de como você vê
o novo, o credo, a fé que você deposita em você e só

Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você

sábado, 19 de abril de 2008

Soneto ao recomeço (soneto sem rimas)




Todo recomeço é triste, é erguer-se do nada
Sentir o chão sumido abaixo dos pés, um vácuo
Um vazio de idéias... de emoção só restou a dor
A angústia de ter sentido o que senti e saber que não valeu

Ter a certeza de que poderia ter sido bom, mas não foi
Ter a consciência de que era um “fairy tale”, mas não foi
Saber que era para sempre, mas não durou um verão
Cinza meu dia se fez, e mais uma vez junto os pedaços na solidão

Esperar um sorriso teu, sincero... celebração do inútil desejo...
Parece, ao final, que tudo foi em vão, fútil... insipiente...
Todas as noites insones, os versos e os poemas...

A única coisa verdadeira nisso tudo foi a dor
É a minha dor, a minha solidão, a minha tristeza...
Todo recomeço é melancólico, triste e melancólico é erguer-se.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Fotografia...



engraçado quando a gente se dá conta do passar do tempo...


o nosso dia-a-dia não nos permite perceber essa passagem... estamos sempre atarefados, ocupados, cheios de problemas e afazeres, quem os anos passam e parecem apenas significar apenas mais uma festa no calendário, ou um motivo para viajar.


ai me deparei ao acaso com esse foto... engraçado... me lembro perfeitamente dela... do dia, do lugar, do sol, do clima... de tudo... se fizer um esforço, sou capaz de lembrar até do cheiro...


divagando com essa memória, me peguei a pensar no tempo que faz esse fotografia... na época nao havia maquina digital... era o velho filme de rolo, daqueles que a gente só sabia se a foto tinha ficado boa depois da revelação... e essa, quando era rápida ainda demorava, nos laboratórios mais modernos da capital, 1 hora...


é amigo... já se faz 10 anos dessa foto, fotografia... 10 anos... dez anos... uma década... hoje me olho no espelho e já visualizo alguns cabelos brancos... àquela época... rsrsrs... nem passava por minha cabeça ter cabelos brancos, estar formado, trabalhando, ser mais um parafuso nessa engranagem...


lembro que naquele tempo, naquela época, naquele dia, eu só pensava no amor...

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Faz parte



por um pedaço de pão
por uma estória pra contar
por acaso, por um triz
só pra contrariar tua direção
tua mão a indicar o rumo certo
o caminho mais curto
não vou agora, não
não quero te encontrar
preciso me perder como preciso de ar
perder o rumo é bom
se perdido a gente encontra
um sentido escondido em algum lugar

devolva-me o que você levou
ou
leve-me contigo : perca-se comigo

sempre me perco pelas mesmas ruas
não trago mapas
não leio as placas
não sigo pegadas quando sei que são tuas
não vou agora, não
não quero te encontrar
preciso me perder como preciso de ar
se perdi o tom
foi pra escapar da tua atração
canto de sereia em alto mar

devolva-me o que você levou
ou
leve-me contigo : perca-se comigo, case-se comigo...

domingo, 13 de abril de 2008

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Concreto e asfalto


Se eu fosse embora agora
Será que você entenderia
Que há um tempo certo para tudo
Cedo ou tarde chega o dia
Se eu fosse sem dizer palavras
Será que você escutaria
O silêncio lhe dizendo
Que a culpa não foi sua

É que eu nasci com o pé na estrada
Com a cabeça lá na lua...

Tenho feito meu caminho
Volta e meia fico só
Reconheço meus defeitos
E o efeito dominó

Mas se eu ficasse do teu lado
De nada adiantaria...
Se eu fosse um cara diferente...
Sabe lá como eu seria...

Não vou ficar... Não vou ficar...
Fiz bandeira desses trapos
Devorei concreto e asfalto
Fiz meu caminho...
Devorei concreto e asfalto

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Soneto do Poetinha (da redenção)



Melancolia é tudo em suma
Resumo de todo o meu ser
Minh’alma hoje se exuma
Não sei mais sem você viver

Busco no meu “Poetinha”
Respostas a essa insana paixão
Não se faz possível calar meu coração
Não há mais o medo que o detinha

O Poeta hoje me redime
Tal dor, não mais me oprime
Teu olhar me faz luz

Ó amada, salvai-me com teu amor
Dá-me teus braços sem pudor
E lembra que meu amor só a ti conduz

terça-feira, 8 de abril de 2008

50 receitas



Eu respiro tentando encher os pulmões de vida
Mas ainda é difícil deixar qualquer luz entrar
Ainda sinto por dentro toda a dor dessa ferida
Mas o pior é pensar que isso um dia vai cicatrizar
Eu queria manter cada corte em carne viva
A minha dor em eterna exposição
E sair nos jornais e na televisão
Só pra te enlouquecer
Até você me pedir perdão
Eu já ouvi 50 receitas pra te esquecer
Que só me lembram que nada vai resolver
Porque tudo, tudo me traz você
E eu já não tenho pra onde correr...
O que me dá raiva não é o que você fez de errado
Nem seus muitos defeitos
Nem você ter me deixado
Nem seu jeito fútil de falar da vida alheia
Nem o que eu não vivi aprisionado em sua teia
O que me dá raiva são as flores e os dias de sol
São os seus beijos e o que eu tinha sonhado pra nós
São seus olhos e mãos e seu abraços protetor
É o que vai me faltar
O que fazer do meu amor?
Eu já ouvi 50 receitas pra te esquecer
Que só me lembram que nada vai resolver
Porque tudo, tudo me traz você
E eu já não tenho pra onde correr...

quinta-feira, 3 de abril de 2008

O show já terminou




O show já terminou
Vamos voltar à realidade
Não precisamos mais
Usar aquela maquiagem
Que escondeu do nós
Uma verdade que insistimos em não ver
Não adianta mais
Chorar o amor que já tivemos
Existe em nosso olhar
Alguma coisa que não vemos
E nas palavras
Existe sempre alguma coisa sem dizer
E é bem melhor que seja assim
Você sabe tanto quanto eu
No nosso caso felicidade começa num adeus
Me abrace sem chorar
Sem lenço branco na partida
Eu também vou tentar
Sorrir em nossa despedida
Não fale agora
Não há mais nada
O nosso show já terminou

terça-feira, 1 de abril de 2008

Soneto do absurdo




Uma ponte nos separa, mas a verdade é que a distancia é bem maior
Maior que essa ponte, maior que essa noite, maior que tudo
Quiçá a distancia de uma vida, de uma encarnação, quiçá menor
Quem dera não fosse maior que a dor da saudade a que aludo

Divino seria se não fosse o muro com o qual tu te fechastes
Perfeição seria o sinônimo disso tudo, feito à mão
Sublime, repleto de formosura, nós, longe da multidão
Sem medos ou receios ou nenhuma dessas menores artes

Mas a vida não quis assim, o destino não nos permitiu
Tu não sorristes para mim, e virando as costas, fugiu
Deixando-me a solidão por companhia única

Vesti-me com o que me destes, essa pesada túnica
Mais uma vez a vida me apresentou teu revés
Então sigo nessa vida ermo, de viés.