terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O que fazer com um soneto?


E no fim? E o que resta no final de tudo?
O que resta quando apagam as luzes?
O que fazer quando tu não mais conduzes?
O que fazer quando após o gole resta o copo, fundo?

O que fazer com o amor que foi ofertado?
Com as lembranças, os presentes, os mimos?
A memória, o arquivo que não pode ser deletado?
E os suspiros quando fatalmente surgirem, oprimimos?

E esse gosto amargo que ficou insuportável na boca?
O que fazer quando as lagrimas teimam em descer?
O que fazer com a dor? Esta não, esta é sem par!

O que fazer quando o oxigênio some aos pulmões, sem ar?
O que fazer com essa alma rota, gasta, doida, sofrida, oca?
O que fazer da vida, já sem sentido? Sem ela, o que fazer?

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