segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Família...




Juarez despertou do sono com o barulho que vinha do subsolo... um rock, uma música, um barulho...
"Brindo à casa, brindo à vida, meus amores, minha família..."
Pensou na sua família: "Onde estariam todos?" e "quem são todos?"
Desde há muito tempo estava sozinho no mundo, a mãe morreu quando ele ainda era criança e o pai na adolescência. Cresceu na biblioteca da casa, entre os clássicos.
"Brindo à casa, brindo à vida, meus amores, minha família..."
Mais uma vez o refrão acerta Juarez como uma estaca... Ele pensa: "Será que ainda existem familiares meus?"
E lembra de ter encontrados alguns nos velórios dos pais. Todos chatos, insuportavelmente esnobes, vinham falar com ele e diziam: "Minhas condolências"... Pensou Juarez: "Condolência é o caralho! Porque vocês não vão embora, não morrem, não me deixam em paz????"
Ai concordou consigo mesmo, estava beeeem melhor sozinho.
Pra que família? O que é família?
Família não serve nem pra tirar foto em final de ano, concluiu.
Sua família era sua coleção de 78rpm, seu Black & White (seu cão engarrafado), e as poucas fotos que sobraram de Clara. Estava assim completa sua vida.
Família? Pra quê? Pra fazer raiva? Pra isso já bastava a raiva que sentia de Clara, essa lhe era suficiente.

2 comentários:

Anônimo disse...

Às vezes tb me questiono sobre isso...

On disse...

e quem nao se questiona????
bju juju!!